quinta-feira, 5 de junho de 2008

MEDICAMENTOS




Série Prevenindo Intoxicações

No Brasil, como na maioria dos países, os medicamentos se
apresentam como o principal agente tóxico, respondendo por,
aproximadamente, 28% dos casos de intoxicação humana
registrados, anualmente, pelo SINITOX/CICT/FIOCRUZ/
MS.
Os benzodiazepínicos, antigripais, anti-depressivos,
antiflamatórios são as classes de medicamentos que mais intoxicam
em nosso país.
Crianças menores de 5 anos representam, aproximadamente,
35% dos casos de intoxicação por medicamentos, no
Brasil.
Além de programas de prevenção e de campanhas educativas
é importante a adoção em nosso país, a exemplo do que
ocorre na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento,
da Embalagem Especial de Proteção à Criança
(EEPC) em medicamentos e produtos químicos de uso doméstico
que apresentem potencial risco à saúde. O projeto
de Lei nº 4841-A/94, em tramitação no Congresso Nacional,
visa a adoção da EEPC em nosso país, que deverá ser
confeccionada de modo que seja significativamente difícil
para uma criança, com menos de cinco anos de idade, abrila
ou retirar uma quantidade tóxica ou perigosa do produto
nela contida, em um período razoável de tempo e que não
seja difícil sua abertura por um adulto.
Para ajudar a prevenir intoxicações com remédios ou produtos
de limpeza adquira, se possível, produtos com trava
de segurança. Os produtos que mais causam intoxicação
em crianças são os medicamentos, os domissanitários e as
plantas.
MEDICAMENTOS
Série Prevenindo Intoxicações
Medidas Preventivas
• Mantenha todos os produtos tóxicos em local seguro e trancado,
fora do alcance das mãos e dos olhos das crianças, de modo a não
despertar sua curiosidade.
• Os remédios são ingeridos por crianças que os encontram em local
de fácil acesso, deixados pelo adulto.
• Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer
medicamento.
• Evite tomar remédio na frente de crianças.
• Não dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas.
• Não utilize remédios sem orientação médica.
• Mantenha os medicamentos nas embalagens originais.
• Cuidado com remédios de uso infantil e de adulto com embalagens
muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações
graves e, às vezes, fatais.
• Nunca use medicamentos com prazo de validade vencida.
• Descarte remédios vencidos; não guarde restos de medicamentos; despeje
o conteúdo no vaso sanitário ou na pia e lave a embalagem antes de
descartá-la; nunca coloque a embalagem com o seu conteúdo na lixeira.
• É importante que a criança aprenda que remédio não é bala, doce
ou refresco; quando sozinha, ela poderá ingerir o medicamento;
lembre-se: remédio é remédio.
• Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes,
odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade
natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha
medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance
das crianças.
• Em caso de dúvida ligue para o Centro de Intoxicações de sua região.
Ligação Gratuita
0800 780 200 0800 410 148 0800 148 110
0800 284 4343 0800 643 5252 0800 771 3733
BIBLIOGRAFIA
SINITOX/CICT/FIOCRUZ. Envenenamento Doméstico. Setembro,
2001 (folder).
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. Intoxicação
Infantil. Porto Alegre, RS, s/d. (folder).
SINITOX/CICT/FIOCRUZ

http://www2.fiocruz.br/pdf/sinitox/medicamentos.pdf

A terapia medicamentosa no idoso: cuidados na medicação

Otávio de Tolêdo NóbregaI,II; Margô Gomes de Oliveira KarnikowskiI,II

INúcleo de Estudos em Saúde Pública, Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, Universidade de Brasília (UnB). SCLN 406, bloco A, sala 201/202, Asa Norte, 70847-510, Brasília DF
IIPrograma de Pós-Graduação em Gerontologia. Universidade Católica de Brasíli
a (UCB) nobrega@pos.ucb.br

RESUMO

A literatura médica reconhece que o envelhecimento predispõe a um consumo aumentado de medicamentos prescritos e não-prescritos. No entanto, mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, tais como a modificação da composição corporal e a redução das funções renal e hepática, podem alterar em muito a farmacocinética e a farmacodinâmica de diversos fármacos, fazendo com que indivíduos idosos estejam suscetíveis com maior freqüência a efeitos adversos ou terapêuticos mais intensos. Neste cenário, a literatura médica tem sido constantemente enriquecida com estudos que apontam explicitamente para medicamentos específicos ou categorias de medicamentos cujo consumo por indivíduos idosos deve ser evitado ou utilizado com cautela. Este trabalho se propõe a descrever brevemente algumas informações consensuais acerca destes medicamentos impróprios para idosos, ressaltando alguns fármacos que se encontram disponíveis à
população brasileira.

http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-81232005000200008&script=sci_arttext&tlng=pt

USO DE MEDICAMENTOS PELO IDOSO

Perfil da população idosa

Embora não haja
uma definição precisa de
“idoso” e se reconheça
que pode haver grandes
diferenças entre “idade
cronológica” e “idade
biológica”, o termo
designa, nos países em
desenvolvimento, os
indivíduos com 60 anos
ou mais. Nos últimos 50
anos, vários fatores
médicos, tais como o
melhor controle das
epidemias, das doenças
crônico-degenerativas,
e fatores socioeconômicos, contribuíram para um
significativo aumento da idade média populacional e
da longevidade. Segundo dados do IBGE, entre 1996 e
2000 ocorreu um crescimento de 14,5% entre as
pessoas com mais de 60 anos. Hoje não é raro ver
pessoas com mais de 90 anos.
Na cidade de São Paulo, a porcentagem média
de idosos com 60 anos ou mais é de 9% dos habitantes.
No Jardim Paulista, atinge 21%. Seguem-se Lapa,
Moóca e Consolação, com 20%, Pinheiros 19%, Santo
Amaro e Itaim têm 18%, Perdizes e Santa Cecília, 17%.
Na região central, a média se aproxima do índice da
Capital: a Sé tem 10%.
Quanto mais distante do Centro, mais a vida
fica difícil para a população idosa - há menos infraestrutura
de saúde e saneamento. Bairros como Perus
e Capão Redondo têm 5% de idosos, Parelheiros e
Grajaú 4%. A menor porcentagem de idosos da cidade
está nos bairros de Cidade Tiradentes e Anhanguera:
3%.
Há mais mulheres do que homens entre a
população idosa (na cidade de São Paulo, 59,05% são
mulheres). É grande o número de idosos que vivem
sozinhos (cerca de 20% em nosso município), devido
à separação ou morte do conjugue, ou/e a saída dos
filhos. A solidão nestes casos pode resultar em
depressão.

Os idosos e o sistema de saúde

Os idosos dependem mais dos serviços de
saúde. A prevalência de doenças agudas ou crônicas
entre eles é maior do que em outras faixas etárias.
Cerca de 80% têm, ao menos uma doença crônica e
requerem cuidados médicos e terapêuticos mais
freqüentes, utilizando os serviços de saúde em maior
escala que as faixas mais jovens. Passam mais vezes
em consultas médicas quando comparados aos jovens
(nos EUA, 10 consultas/ano, entre pessoas de 65 a 74
anos) e representam boa parte das internações.
Mesmo com o número de idosos aumentando, os
recursos financeiros destinados à saúde são limitados
e não acompanham tal crescimento. Devido a isto,
considerações sobre custo-benefício irão tornar-se
cada vez mais importantes.

Medicamentos e a população idosa

Aproximadamente, 14% dos custos totais com
saúde estão relacionados a medicamentos. Mais de
um quarto dos medicamentos é prescrito para idosos,
que representam menos de 12% da população.
Consomem, proporcionalmente, cerca de três vezes
mais medicamentos que os indivíduos mais jovens,
pois um grande número deles sofre de vários problemas
de saúde ao mesmo tempo. Ao contrário dos jovens,
estes medicamentos são, em sua maioria, de uso
crônico. O uso simultâneo de múltiplos fármacos
(polifarmácia) é a regra, ao invés de exceção, o que
predispõe à ocorrência de interações
medicamentosas. Como as doenças cardiovasculares
constituem a principal causa de morbidade e
mortalidade na população idosa e como os distúrbios
mentais são freqüentes, fármacos cardiovasculares
(55%) e psiquiátricos (11%) são os mais comumente
prescritos para esta população. Alterações fisiológicas,
reações atípicas a fármacos, prescrições inadequadas
e não observância adequada dos esquemas
terapêuticos podem contribuir para a maior
toxicidade medicamentosa no idoso.
Aproximadamente 19% das admissões hospitalares
entre pacientes idosos devem-se a reações adversas
a fármacos.

http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/ass_farmaceutica/0004/cim-informa0101.pdf

quinta-feira, 20 de março de 2008

farmacologia

Profa. Elisabeth F Schwartz


Para entender as ações de uma droga, é necessário considerar os efeitos produzidos no sistema biológico em vários níveis de complexidade de organização. Os níveis principais são: moléculas biológicas, estruturas subcelulares, células, células organizadas (tecidos e órgãos), organismos intactos e interação entre organismos.

Nível molecular: Farmacologia molecular é o estudo da interação de moléculas de droga e moléculas do sistema biológico. Os alvos moleculares de ação de drogas são os receptores, as enzimas, os sistemas de transporte e componentes moleculares do aparato genético.

Estruturas subcelulares: Atuando em mitocôndrias, microtúbulos e lisossomos, por exemplo. Em vesículas neurais de acetilcolina, de adrenalina, vesículas dos grânulos dos mastócitos, etc.

Células: Ação de drogas em músculo, em nervo, etc.

Tecidos ou órgãos: Apesar das drogas atuarem em um determinado tipo de célula, o nível de complexidade do sistema pode ser de tal forma que um mecanismo de controle (autorregulação, ou feedback) pode ser desencadeado. Assim, a compreensão do mecanismos a nível de tecido ou órgão deve ser considerado.

Organismo intacto: Drogas atuando em mecanismos homeostáticos (sistema de controle integrado). Por exemplo, quando uma droga que relaxa musculatura lisa atua na parede do vasos sangüíneos, causa dilatação, e, consequentemente, vai desencadear uma aceleração reflexa da freqüência cardíaca.

Interação entre organismos: Podem ser divididas em dois tipos: 1) aquelas que afetam a relação entre diferentes tipos de organismos, 2) aquelas que afetam relações sociais. Exemplo do 1º tipo, drogas que são utilizadas para controle de pragas. Do 2º tipo, as drogas “sociais”, como o álcool, por exemplo e as drogas que afetam as atitudes do organismos, como sedativos, antidepressivos, etc.


www.unb.br/ib/cfs/beth/principios.doc